Sonaecom mantém interesse numa fusão com Zon Multimédia

A Sonaecom continua a estar interessada numa eventual fusão com a Zon Multimédia, detentora da TV Cabo. Apesar desta possibilidade parecer não ser do agrado da empresa liderada por Rodrigo Costa, a Sonaecom considera que a união continua a fazer sentido, do ponto de vista económico e de sinergias.
Contudo, "não é só pelo facto das coisas fazerem sentido que faz com que aconteçam. Não estamos activamente preocupados com isso. A resposta dada [pela Zon] não é no sentido da aproximação e sabemos interpretar os sinais. Não é por isso que deixa de fazer sentido", afirmou ontem Ângelo Paupério, presidente executivo da Sonaecom, na conferência de apresentação de resultados. O sinal negativo da Zon foi dado no final de Novembro, quando sustentou, através de um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM), que não existiam "quaisquer contactos directos ou indirectos, formais ou informais, entre as duas empresas sobre eventuais fusões ou aquisições". Contactada ontem pelo DN, fonte oficial da empresa escusou-se a fazer mais comentários sobre o assunto.
Mesmo com o plano de investimento previsto, que inclui 240 milhões de euros numa rede de nova geração, Ângelo Paupério garantiu que este não é limitativo para a Sonaecom realizar aquisições.

O presidente da Sonaecom mostrou-se "confortável" com as contas de 2007, destacando que a situação financeira da empresa é favorável a um crescimento, tanto orgânico, como por via de aquisições.
De resto, 2007 ficou marcado por duas compras: a Tele2 e a carteira de clientes residenciais e de pequenos escritórios da Oni. O investimento total, no ano passado, ascendeu aos 235 milhões de euros, dos quais 162 foram investimentos operacionais e os restantes em aquisições.
Para 2008, Ângelo Paupério afirmou que "não temos expectativa que o investimento seja do nível de 2007, que foi marcado por muitas aquisições, mas em termos de investimento operacional será forte". Quanto ao crescimento do volume de negócios e EBITDA deverá situar-se ao mesmo nível do ano passado.
O líder da Sonaecom frisou que a sua empresa foi o operador que mais cresceu no mercado, ocupando a terceira posição com uma quota de cerca de 13,5%. "Somos o operador mais integrado e claramente considerado pioneiro e inovador".
No que diz respeito à televisão digital terrestre (TDT), a Sonaecom vai "estudar em profundidade" o concurso. Ângelo Paupério revelou que algumas das sugestões feitas pela sua empresa na consulta pública não foram acolhidas na versão final do concurso. Se tivessem sido, "o entusiasmo podia ser maior". A Sonaeco mantém também em aberto a possibilidade de lançar um operador móvel virtual (MVNO).
Nos resultados de 2007, destacam-se o aumento de 15,9% das receitas consolidadas, impulsionadas pelo crescimento dos clientes: de 48,2% no negócio fixo e 7,9% no móvel. O EBITDA cresceu 3,3%.